Behringer ULTRA-CURVE 8024

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Olá Pessoal! A Paz do Senhor!

É muito gratificante participar deste fórum, já aprendi muito aqui, em apenas 1 dia lendo!!! Que Deus seja sempre louvado aqui também!

Temos na igreja uma série de euipamentos bons, porém ninguém sabe usá-los da melhor maneira... Resultado? O Som não agrada muita gente não...

Vou postar umas fotos depois e pedir ajuda específica...

Bom, temos um Behringer 8024, Equalizador e Analisador.

Já li que para encontrar a melhor equalização é preciso testas, testar, testar e testar!

Eu tenho algumas dúvidas quanto ao que o analisador faz. Me lembro que o técnico que trouxe ele para a igreja fez o aparelho emitir um ruido rosa, e mediu alguma coisa com um microfone. Mais nada além disso.

Como posso entender melhor do que se trata? É claro que serve para medir o som que corre pela Igreja, em suas diversas divisões de frequência, mas como isso pode nos ajudar? A igreja tem muitas janelas de vidro, e isso tem sido um enorme problema... que fica para outro post!

Obrigado e que Deus abençõe a todos nós!
 
Olá Rafa,

o Behringer 8024 é um processador digital, muito mais que um equalizador. Uma de suas tarefas é fazer uma análise em tempo real (RTA - Real Time Analizer) do som.

Isso é feito assim:

1) Coloca-se para tocar "ruído rosa", um tipo de som (parecido com o bater de palmas) que contém todas as frequências, de 20Hz a 20KHz (o espectro audível do ser humano). Para tanto, geralmente é usado um CD de alinhamento de sistemas, que costuma ter este tipo de som.

2) Usando um microfone de medição (resposta de 20Hz a 20KHz plana, sendo um muito comum o Behringer ECM 8000), o RTA te dá o resultado do ruído rosa sendo projetado pelas caixas de som e em relação também à acústica do local.

3) De posse desses dados, é possível visualizar frequências faltando e sobrando, de forma que é possível corrigir tais problemas com um equalizador de frequências.

Por exemplo, já fiz isto a análise e o acerto de dois Anfiteatros com um Behringer DEQ 2496 (seria a versão mais nova do 8024). No primeiro, encontramos um forte pico (causado pela reverberação do local) em 160Hz, 315 Hz (1º harmônico), 630Hz (2º harmônico). Devidamente atenuadas, conseguimos uma melhora no som.

No segundo, com acústica bem melhor, descobrimos não uma sobra, mas uma falta de 200Hz e de 400Hz. Acertado isto, conseguimos dar maior presença nas frequências fundamentais da voz.

Estou citando as frequências principais, onde tivemos que atuar bastante no eq. Pequenos ajustes em outras frequências também foram realizados.

"Mamão com açúcar, não? Na verdade, não é tão fácil. Nos extremos (graves e agudos), é necessário fazer um caimento (um roll-off), respeitando a forma de ouvir do ser humano, o tipo de música, o estilo musical, etc.

Por exemplo, o DEQ 2496 por padrão (isto pode ser mudado) não faz RTA abaixo de 100Hz, pois esta faixa (subgraves) é fortemente influenciada pelas caixas existentes, estilo musical, até mesmo gosto pessoal. Então, ele deixa para o próprio operador escolher o quanto de graves ele quer dar ao sistema.

Nos agudos, geralmente (a depender de fatores, como acima), é feito um caimento de -0,5dB a cada frequência a partir de 4KHz, de forma a respeitar o caimento natural do ouvido humano nessa faixa de frequências. Se isso não for feito, se deixarmos tudo perfeitamente alinhado (como no ruído rosa), provavelmente teremos um incômodo excesso de "brilho" no som. Às vezes, é isso que se quer mesmo, maioria das vezes, não.

Feito isto tudo, temos um sistema devidamente alinhado, ou seja, preparado para render o máximo possível em termos das frequências em relação ao sistema de som e ao ambiente.

Uma coisa: isto não tem nada a ver com a equalização da mesa de som, canal por canal. O ajuste de um equalizador com um RTA tem a ver com a correção de alguma deficiência na resposta das próprias caixas e/ou da acústica do lugar. Já a equalização dos canais é feita em relação ao instrumento/voz e o tipo de microfone a ser utilizado.

O equalizador corrige todo o som, em um problema que aflige todos os canais. A equalização da mesa corrige problemas individuais.

A igreja tem muitas janelas de vidro, e isso tem sido um enorme problema...

Alinhar não quer dizer corrigir a acústica do local!!! Problemas acústicos tem soluções baseadsas em tratamento acústico, não em equalizadores. Estes podem até melhorar um pouco, mas não vão resolver. Até mesmo podem piorar o problema. Veja:

- local com muita reverberação de grave, som embolando nessa faixa. Conferido isto no RTA, ajusta-se o equalizador, atenuando os graves e diminuindo a embolação. Bom, mas se o estilo musical tiver um forte componente de graves, você acabou de descaracterizar o som.

Já se você tratasse o ambiente, poderia intervir o mínimo na equalização. Essa é sempre a melhor idéia.

Um abraço,

Fernando
 
Fernando,

Depois de toda essa aula, senti que está nascendo um novo artigo?
Hehe, :wink:

Alinhamento de Sistemas, ou já tem?

Abç,

Marcelo
 
Bersan disse:
1) Coloca-se para tocar "ruído rosa", um tipo de som (parecido com o bater de palmas) que contém todas as frequências, de 20Hz a 20KHz (o espectro audível do ser humano). Para tanto, geralmente é usado um CD de alinhamento de sistemas, que costuma ter este tipo de som.

O próprio 8024, assim como o 2496, gera o seu ruído rosa.

2) Usando um microfone de medição (resposta de 20Hz a 20KHz plana, sendo um muito comum o Behringer ECM 8000)...

Há que se ter cuidado com este microfone pq ele é bastante deficiente a partir de 10 kHz. Para medições de precisão ele não é recomendado, mas para um ajuste de sistema na igreja, ele atende de forma satisfatória.

[]'s
 
bersan disse:
o Behringer 8024 é um processador digital, muito mais que um equalizador. Uma de suas tarefas é fazer uma análise em tempo real (RTA - Real Time Analizer) do som.

Bersan,
Uma vez fiz uma regulagem no som de uma igreja parceira, e sinceramente não gostei nem um pouco desse equalizador.

A igreja, que tinha um problema gravíssimo de acústica na faixa dos graves, me obrigava a cortar quase todos os graves do equalizador. Ao fazê-lo, os microfones começavam a gerar realimentações de médio-altas. Ao cortar as médio-altas, dá pra imaginar que o gráfico ficava quase todo em linha reta, mas com todas as frequências atenuadas (sabendo que eu tinha que fazer um Q bem largo para eliminar aquelas realimentações. Atenuar 1 ou 2 frequências específicas não estava resolvendo nada). Aí eu soltava mais volume na mesa, e voltavam as realimentações de grave.

Confesso que isso me confundiu muito na hora... Pensei que não sabia usar aquele equipamento (e realmente, era a primeira vez).


Solução: mandei trazer um equalizador analógico, aqueles FBQ3102 da Behringer. Cortei abaixo de 200Hz e ponto final, sem problemas com realimentação.

Será que foi erro meu?


P.S.: Sequer usei o RTA, pois não tinha microfone plano. Estava testando com um CD de música e um SM58 em cima do palco, para ver se realimentava.
 
Corrigindo:

Não tinha um SM58 no palco não, me enganei.
O som realimentava mesmo sem microfones ligados.
(Também não sei pq isso aconteceu)
 
David,

Há que se ter cuidado com este microfone (Behringer ECM 8000) pq ele é bastante deficiente a partir de 10 kHz. Para medições de precisão ele não é recomendado, mas para um ajuste de sistema na igreja, ele atende de forma satisfatória.

Dá uma olhada nisto aqui que o Edu Silva colocou:

"Microfones para análise em acústica

Um teste comparativo:

<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.realtraps.com/art_microphones.htm">http://www.realtraps.com/art_microphones.htm</a><!-- m -->

Microfones testados:

* Mitey-Mike (DIY)
* Nady CM 100
* Behringer ECM8000
* Radio Shack Analog SPL Meter
* Radio Shack Digital SPL Meter
* dbx RTA-M
* Neutrik 3382
* DPA 4090
* AKG C 451 EB with CK 22 capsule
* Earthworks QTC-1
* Josephson C617 Set

Interessante notar que a diferença no preço é bem maior que na resposta. Mas lembrem que o teste se limitou a comparar a resposta em frequência, sem medir sinal/ruido, SPL máximo, etc."

Tópico original: <!-- m --><a class="postlink" href="http://audiolist.org/forum/viewtopic.php?t=4580">http://audiolist.org/forum/viewtopic.php?t=4580</a><!-- m -->

Gabriel,

Uma vez fiz uma regulagem no som de uma igreja parceira, e sinceramente não gostei nem um pouco desse equalizador.

Acho que você mesmo respodeu:

Confesso que isso me confundiu muito na hora... Pensei que não sabia usar aquele equipamento (e realmente, era a primeira vez).

Você também diz...

sabendo que eu tinha que fazer um Q bem largo para eliminar aquelas realimentações

Então você estava mexendo na parte de eq paramétrico dele, não no gráfico. Não é à toa que quando conseguiu um gráfico resolveu o problema.

A primeira vez que usei o RTA, fomos em 3 camaradas, todos nós três muito experientes (mas os dois sem muita base teórica). Estudamos em casa o aparelho por 2 horas, depois levamos 4 horas fazendo testes e mais testes até encontrar a melhor equalização. No segundo Anfiteatro, já calejado pelo teste inicial (e com uma dica do Fred Júnior, do IATEC, que usa o DEQ 2496 quando tem disponível), levou coisa de 1 hora.

Em ambos os casos, usamos insistentemente nossas "músicas de referência", aquelas em que conhecemos com a palma da mão a voz do cantor, da cantora, os instrumentos, etc e tal.

Um RTA é apenas uma ferramenta de auxílio, não substitui o conhecimento de um bom operador. Ele mostra deficiências sim, mas não te diz, por exemplo, se essa deficiência é da caixa ou da acústica do ambiente.

Um abraço,

Fernando
 
bersan disse:
Então você estava mexendo na parte de eq paramétrico dele, não no gráfico. Não é à toa que quando conseguiu um gráfico resolveu o problema.

Não Bersan.

Eu estava no gráfico mesmo!
Usei o Q no sentido de: atenuar apenas uma ou duas frequencias no gráfico não estava resolvendo, então tive que atenuar muitas vizinhas juntas (fazendo um desenho muito parecido com o que se obtém em um EQ paramétrico). Entendeu?

E sobre a microfonia sem microfones, alguma idéia do que seja?

Valeu!
 
Gabriel,

agora entendi sim. Do jeito que você escreveu, falando em Q, deu pinta de paramétrico, não gráfico.

E sobre a microfonia sem microfones, alguma idéia do que seja?

Microfonia depende de ter um microfone aberto, lógico. Mas não precisa ser um microfone de mão: pode ser um microfone de instrumento (flauta, bateria, etc) ou mesmo um violão, que tem um microfone interno.

Fora isso... mistério.

Um abraço,

Fernando
 
bersan disse:
Microfonia depende de ter um microfone aberto, lógico. Mas não precisa ser um microfone de mão: pode ser um microfone de instrumento (flauta, bateria, etc) ou mesmo um violão, que tem um microfone interno. Fora isso... mistério.

Então é mistério. Huahuahua.

Confesso que pensei ser alguma realimentação das ondas sonoras no próprio alto-falante (já que seu sistema não é muito diferente de um captador de microfone). Seria isso possível?

Lembrando que eles tem um problema acústico muito acentuado. Há uma paredona na frente de cada PA. O imóvel é muito largo, porém não é comprido.
 
Pessoal, fico muito feliz pelas respostas claras e cheias de qualidade! Obrigado mesmo! Estive sem Internet por aqui nesses dias.

É muito bom dar uma escutada na conversa de profissas hehe!

Se alguém puder olhar lá a minha igreja e me dar uma ajudinha: <!-- m --><a class="postlink" href="http://www.somaovivo.mus.br/forum/viewtopic.php?p=11743#11743">http://www.somaovivo.mus.br/forum/viewt ... 1743#11743</a><!-- m -->
 
Confesso que pensei ser alguma realimentação das ondas sonoras no próprio alto-falante (já que seu sistema não é muito diferente de um captador de microfone). Seria isso possível?

Sim, se o alto-falante estiver ligado no IN, e não no OUT!

Na prática, não, não é possível não. Já imaginou o tamanho do grito que o sujeito tem que dar para fazer um alto-falante de 10" ou mais se movimentar?

Um abraço,

Fernando
 
galera só para ajudar um pouco com este assunto:

O Fernando comentou, que o RTA é uma ferramenta de auxilio e não substitui o conhecimento de um bom operador, e que o RTA mostra as deficiências, e não relata se as mesmas são do ambiente ou das caixas acústicas, ele esta correto.

Mas vejamos apenas o seguinte:

É preciso saber o que estamos medindo, a sala ou as caixas, para um perfeito alinhamento, é preciso primeiro medir a resposta de frequencia, da caixa acústica a ser usada. Para isso é necessário fazer isso através de uma medição de plano terra, assim conseguiremos ver as deficiências e corrigi-las, para depois então passar a uma segunda fase que é o lugar onde vamos sonorizar.
De nada adianta apenas medir com um RTA o som no ambiente, sem saber se o problema é acustica ou alinhamento dos transdutores.
Pessoal eu uso a muito tempo nos trabalhos de alinhamento que faço, o Smaart Live, é muito bom para esta tarefa, ele possui uma ferramenta chamada Transfer, onde se pode fazer medições de resposta de frequencia de transdutores com muita eficiencia.
concluindo, concordo plenamente com o Fernando, um bom Técnico, usa sua experiência e seus anos de estrada, para depois de realizar todas estas medições, dar aquele toque final, assim como fazem os grandes artistas, o dom sempre prevalece no acabamento de uma grande obra.

Pessoal espero ter contribuído com algo.

Um grande abraços a todos e fiquem com DEUS.[/i][/list]
 
Boa tarde, aluem sabe me informar, porque meu dcx 2496 começa a fazer um ruido muito forte na faixa dos agudos (out 3 e 6). O som fica perfeito por 40 minutos uma hora, depois começa e problema. Pode estar relacionado ao aquecimento. Outra vez ele começou a fazer um chiado franco, fou aumentado até dar tipo de estouro e parou. Parece um capacitor que carrega e estoura e para.
 
Editado por um moderador:
Boa tarde, aluem sabe me informar, porque meu dcx 2496 começa a fazer um ruido muito forte na faixa dos agudos (out 3 e 6). O som fica perfeito por 40 minutos uma hora, depois começa e problema. Pode estar relacionado ao aquecimento. Outra vez ele começou a fazer um chiado franco, fou aumentado até dar tipo de estouro e parou. Parece um capacitor que carrega e estoura e para.
Em se tratando de um behringer não fique surpreso caso venha a dar problemas, pelo menos eu nunca tive sorte com essa marca em se tratando de uso de médio à longo prazo.
 
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